quarta-feira, maio 18, 2005

 

Ainda a propósito de touradas...

Sendo a tourada uma questão polémica é natural que divida opiniões. Quanto a esse assunto apenas digo que embora não sendo uma tradição na nossa Ilha, não deixa de ser, no entanto, um espectáculo - ainda que considerado bárbaro por alguns, que respeito- com fortes tradições no nosso país e em algumas das nossas Ilhas. Reconheço que seja violento, mas, felizmente todos nós fazemos parte de uma sociedade informada, e cada um sabia ao certo ao que iria assistir. Para além de tudo, e independentemente de se concordar ou não, ou se gosta ou não se gosta, o que é outra questão. No meu caso, confesso que gosto de touradas, e da tauromaquia em geral, há já muito tempo, e por isso fiquei satisfeito de poder assistir a uma na nossa Ilha. É a minha opinião, mas respeito, como disse, outras em contrário. Pelos vistos faço parte de, pelo menos, um terço da população Mariense que também aprecia este tipo de manifestações. Quanto à violência implícita na tourada, esta será, no minimo, comparável aquela com que diáriamente somos bombardeados pela TV, seja ficção ou realidade.
Como bom aficionado, levei o resto da familia, que nesta matéria já é repetente. Há quem vá ao futebol com a familia, e este, por vezes torna-se numa arena bem mais violenta e sangrenta, só os animais são diferentes...
Pela pertinência do assunto e salvaguardando o respeito pelas diversas opiniões e sensibilidades que este assunto merece, aqui transcrevo o comentário deixado no BotaFaladura e no Olhometro por Ana Loura:
"Ora bom, Como eu não consigo deixar aqui um post de raiz, não posso colocar uma lindíssima pintura Rupestre de Foz Côa e com isso sugestionar os visitantes do Binóculo de que cozinhar com lenha é o que deveria ser e que a mesma deveria ser ateada com pedras de silex friccionadas em vez dos nossos fogões com discos electricos ou bicos de gás acendidos com esqueiros piezzo eléctricos, e que viver nas cavernas é que é saudável, em vez de vivermos nas nossas casinhas consrtruidas de pedra, blocos, cimento, mobiladas confortávelmente à medida das nossas bolsas; andar semi nú com o corpo mal coberto com peles de animais, com o cabelo e a barba emaranhados em vez de vestirmos roupinha tecida com linho misturado com fibras sintéticas fruto de anos de investigação e experiências laboratoriais e cabelo cortadinho nas cabeleireiras da nossa praça é o que deveria ser. Pessoas há que têm a arte de atirar areia aos olhos dos seus parceiros... Touradas só a que levaram de corrida os espanhóis da Terceira e que tornou famosa Brianda Pereira. A mim repúgna-me e indigna-me tanto o maltrato dos touros nas touradas como a morte violenta dos meus animais de estimação e dos dos meus vizinhos. Tanto dóem as costas aos touros como as costas dos nossos cães e gatos. E não me venham com argumentos de que nós levamos injecções e que aguentamos...não são farpas que ficam na carne e a cortam a cada movimento. O sofrimento dos touros é tanto ou tão pouco que eles tiveram que ser medicados com doses enormes de antibióticos, analgésicos, foram acalmados com água fria e despachados para a Terceira para continuarem tratamentos e depois de curados fazerem as delícias da afición local em touradas à corda. Se os touros não sofressem não precisavam ser tratados.Não me venham também com o paleio de que eu como carne. Como sim senhor e gosto. Mas não ando de machado na mão nem de arco e flecha A legislação regulamenta o abate de animais de forma que o abate seja feito dignamente e minimizando a dor. Não quer isso dizer que não tenhamos notícia de que muitas das vezes em matadouros haja autênticas barbaridades. Disso deu conhecimento público há cerca de um ano a televisão que nos entra pela casa dentro recheadinha da mais vil e ultrajante violência. Mas quem paga a conta da luz de cada casa é cada um e não o Governo Regional que com o dinheiro de todos pagou o dito espectáculo, porque se fosse o mariense a ter que pagar, faziam como eu em minha casa, não vejo os filmes violentos que são apresentados, ou mudo de canal ou simplesmente desligo o aparelho...
Gostava de ver se os bilhetes fossem pagos se aqueles que me acusaram de, ao estar a protestar, "estar a impedir "o progresso de Santa Maria" compravam e iam à tourada... Como se tourada fosse progresso em vez de retrocesso... Progresso é os marienses nascerem na sua terra! Progresso é os marienses terem um parque desportivo bem feito, com os metrinhos todos. Progresso é a gente ir ao Centro de Saúde a uma consulta e ter o médico lá. Progresso é ter a estrada que serve o meu bairro transitável. Progresso é termos voos que, de facto, sirvam os interesses dos marienses. Progresso é respeitarmo-nos todos embora tenhamos opiniões divergentes. Progresso era aquele dinheirinho que foi gasto com um espectáculo discutível ter sido aplicado em algo edificante para os nossos jóvens. E aqui quero referir algo que acima foi dito e eu ouvi dizer: a forma vergonhosa como as nossas crianças assistiram a uma realização de poesia, declamação no cinema do aeroporto. Enfim...boa imagem levou aquele actor do nível cultural e de educação da nossa juventude. Santa Maria não ganhou em nada com a realização da tourada. Ganharam sim os que à custa dos dinheiros públicos se autopromoveram. E quando a Senhora Presidente da Associação Equestre que deveria era ter promovido um espectáculo equestre que fomentasse o gosto pelo cavalo nos nossos jóvens para melhor futuro da Associação afirmou que os "Marienses gostam dos touros", acertou. Sim, minha senhora, eu gosto de touros, mas é nos pastos. Áqueles que voluntáriamente deram o seu esforço para a realização da tourada eu digo: Santa Maria precisa dessa vossa força, desse vosso empenho, não faltam causas nobres...mas touradas, não obrigada. Contem comigo para com as poucas armas que tenho lutar contra elas...Quanto à presença dos representantes da Igreja Católica na praça de touros deixo aqui uma afirmação de José Ratzinger/ Papa Bento 16: "Os animais são, também, criaturas de Deus e embora não tenham a mesma relação directa com Deus como o homem tem, são criaturas da Sua vontade que nós devemos respeitar como companheiros na Criação"
FIM
Ana Loura 18.05.05 - 11:46 am .
Aqui fica uma posição que eu respeito.
Quero também aqui expressar a minha admiração pelo entusiasmo, pela persistência, e pela coêrencia com que esta "cagarra" adoptiva defende e luta por aquilo em que acredita.
Fica aqui o repto, para que também ela se aventure na blogosfera, e contribua para a diversidade de opiniões que se quer saúdavel e esclarecedora.

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Quinta da Maldade

Aqui vai mais um blog "cagarro": Quinta da Maldade
Pelos vistos, mais um para "escarrapachar" algumas das preocupações dos que por cá andam.
Fica aqui a divulgação, fazendo votos para que não seja apenas "mais um" a juntar aos muitos em banho maria.
Nada é o começar, dificl é mantê-lo.
A vêr vamos!

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terça-feira, maio 17, 2005

 

Santa Maria - Capital

Alucinante, é talvez o adjectivo que melhor descreverá a quantidade de eventos que tiveram lugar em Santa Maria na última semana: a Gala do Desporto Açoriano; o Reunião da Medicina Dentária dos Açores e as comemorações do Dia da Autonomia que englobaram um vasto programa, não esquecendo a transmissão pela RTP do programa Atlântida ( em directo) no passado sábado.
Foi deveras impressionante a mobilização de meios e pessoas para que tudo estivesse a postos no dia D e na hora H.
Santa Maria viveu, ainda que apenas por uns dias, um verdadeiro ambiente cosmopolita, num rodopio de "gente importante", e num vai e vem de personalidades, que a tornou na" capital" (temporária) dos Açores.
Terminado este imenso arraial, julgo que o balanço é bastante positivo, não só pela forma organizada como tudo decorreu, como também pela forma simpática como uma vez mais os Marienses acolheram quem nos visitou e ainda pela organização do programa dos festejos do feriado regional.
Honra Santa Maria, mas acima de tudo dignifica os Açores e os Açorianos.

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sexta-feira, maio 13, 2005

 

Á Lupa

Sob o lema: "Uma imagem vale mais do que mil palavras", aqui está mais um blog mariense.
Sem o minimo de preocupação com a escrita, e fazendo jus ao lema que o norteia, baseia-se essêncialmente na imagem para transmitir o seu olhar atento e crítico sobre alguns aspectos da nossa ilha.
É que muitas vezes os casos estão bem à vista de todos, alguns à tempo demais, e por isso mesmo se calhar já nem lhes damos a devida importância. Aqui está uma outra forma de "blogar", sem grande compromisso, mas com a força da imagem que fala por si.
P.S. para que conste, este (blog) não faz parte do meu "arsenal" bloguista, que se cinge apenas ao Botafaladura, mas em muitas situações o complementará.

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