quinta-feira, dezembro 18, 2003

 
Se há coisa em que acredito é no funcionamento das instituições democráticas, ou pelo menos quero continuar a acreditar, mas confesso que começo a vacilar nesta minha fé que já se baseou em melhores alicerces. Como podemos não duvidar quando diariamente somos confrontados com noticias que evidenciam isto mesmo.
Quando no início deste ano o País foi abalado pelo escândalo da pedofilia envolvendo figuras do top nacional e pelo alarido feito pela detenção de tão importantes personalidades, todos nós reforçamos a nossa confiança no funcionamento destas instituições.
Depois foi o que se viu:
O Juiz de instrução passou a ser o “bicho papão” que, coitado, estava apenas incumbido de instruir o processo e averiguar se algum dos arguidos tinha ou não “papado” alguém.
Os advogados dos arguidos, numa furiosa azafama pelos manuais das leis, lá descobriram uma maneira – um tanto ou quanto manhosa – de tentar impedir o juiz (bicho papão) de averiguar quem é que “eles” papavam.
Passados muitos meses, o resultado foi o seguinte:
Um dos arguidos é libertado e recebido com pompa e circunstância à porta da sede da nossa democracia – Assembleia da Republica .
Depois, mais outro é libertado. Coitado, ele que no início até era um dos advogados de outro arguido, acabou como tal e detido preventivamente. Francamente, o dito senhor foi dentro por ter uma casinha no Alentejo….Isto não se faz !
Outro dos arguidos continua detido e proibido de “abrir a boca”, por constar já a ter posto onde não devia.
E hoje fomos surpreendidos com a libertação de mais um ilustre hóspede do Estabelecimento Prisional de Lisboa, o ex embaixador Ritto, que só não se apresentou em tempo útil à justiça por se encontrar de férias fora do País na altura das detenções.
E porque o Natal é só para a semana, se calhar os restantes arguidos neste processo ainda terão como presente a sua libertação, afinal esta é uma época de perdão.
Mas serão afinal todos estes filhos da….mãe inocentes?
E como se sentirão os filhos das mães que foram abusados? Será esta a prenda que pediram ao Menino Jesus? É que nem mesmo este está seguro com os abusadores à solta !
Não acredito no Pai Natal, mas gostaria de pedir ao Menino Jesus um prenda especial neste Natal:
Que presenteie todos os meninos deste País com o mais precioso dos valores – a Justiça





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