domingo, janeiro 04, 2004

 

Nem tudo é mau

Nós, Portugueses, temos a tendência natural para criticar tudo e até mesmo para subestimar ou menosprezar aquilo que fazemos. Quando digo nós, obviamente que me incluo, ou não fosse este Blog o Botafaladura. No entanto há que valorizar as situações que o merecem.
Vem isto a propósito de uma entrevista passada no programa Regiões da RTP-1, passada a bordo de um Falcon da FAP. O entrevistado era o Prof. Doutor Alexandre Linhares Furtado, Micaelense, médico especialista em transplantes, de renome aquém e além fronteiras. Tratava-se nada mais, nada menos do que a 20ª deslocação do Prof. a Ponta Delgada durante o ano 2003, para a recolha de órgãos para transplante. Foi referido ainda que a utilização do Falcon da FAP tinha a ver com a disponibilidade imediata e pela rapidez da viagem, condições essenciais e necessárias para o êxito deste tipo de intervenção cirúrgica, em que cada segundo é precioso.
Outra situação que gostaria de partilhar foi a da ida de um grupo de Portugueses constituído por pessoal médico, equipas de socorro e ainda de várias equipas cinótecnicas para a cidade de Bam, no Irão, para a prestação de auxílio Humanitário após o violento sismo que abalou aquela região.
O nível de prontidão demonstrado bem como os meios envolvidos e a rapidez de actuação levou a que, em apenas 36 horas pudessem estar no terreno.
Entretanto já regressaram, e mesmo não tendo conseguido resgatar ninguém com vida, prestaram uma valiosa ajuda na área de socorros médicos, bem como a instalação de um hospital de campanha naquela cidade. Regressam, acima de tudo, com o sentimento do dever cumprido.
Julgo que estes dois exemplos demonstram bem aquilo de que somos capazes.
Não somos os melhores, mas também não somos, de certeza, os piores. A diferença está nas condições oferecidas.
Sinceramente, não fazia a mínima ideia que o Falcon estivesse a prestar este valioso serviço, pois sempre que é referido este tipo de aparelho tem a ver com a deslocação de algum figurão da cena politica Nacional. Desta vez a personalidade era bem mais importante, e a missão sem dúvida de maior importância do que qualquer visita diplomática ou de lazer.
Num País com a dimensão do nosso, são estas acções que o valorizam e o credibilizam. É, por isso, tempo de definir estratégias e dotar as entidades para isso vocacionadas de meios, humanos e materiais, para este tipo de acções dentro e fora do País sempre que for necessário.
Por estas situações congratulo-me. Pena que sejam poucas !





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