terça-feira, março 15, 2005

 

Jobs for the boys

Que o tempo “voa”, disso todos nós sabemos. E já lá vão quase cinco meses desde as eleições legislativas regionais. Foi a 17 de Outubro de 2004.
Como já vem sendo habitual, nestas alturas dá-se início à já habitual “dança” de lugares na administração regional, num misto de ballet com baile furado, já que há quem se ponha em bicos de pés e outros que desenfreadamente procuram não perder o “tacho”!
Há os que não querem continuar, e vão-se embora, os que querem continuar mas que não interessam, e também se vão embora, aqueles que são promovidos e distinguidos com lugares de maior destaque, os que entram pela primeira vez, e ainda os que continuam.
Claro que esta situação se verifica em todos os estratos da máquina governativa. São os chamados de “cargos de confiança politica”, vulgarmente conhecidos por jobs for the boys (and girls) .
Contudo, em Santa Maria parece que não é bem assim.
Há neste momento duas delegações de Secretarias Regionais sem representação: a SRHE e a do Ambiente. Até quando? Não se sabe.
Pese embora a importância de qualquer uma delas, a delegação da SRHE é aquela que pela sua actividade, maior visibilidade tem .
Que já foram contactadas e convidadas diversas personalidades cá do sitio, e não só, não é segredo.
Que todas elas recusaram, também não é novidade.
Ao que parece, neste momento o “mercado local” está esgotado nas hostes ligadas ao partido do governo, e até já se nota um certo nervosismo.
É que, para baralhar ainda mais este intrínseco jogo de interesses, as regras tornaram-se ainda mais complicadas: são necessários 3 anos de vinculo à função pública para se ocupar os referidos cargos, o que num meio limitado como o nosso, reduz significativamente as alternativas.
Das duas uma: ou as pessoas de confianças não acreditam em quem os convida, e recusam ou então já são mais os jobs do que os boys.
Julgo que a melhor solução será recorrer ao mercado externo; já foi solução num passado recente e pelas pelos vistos, foi do agrado da maioria.
Espero, sinceramente, é que não se caia na ingenuidade, ou esperteza saloia, de colocar a “qualquer custo” o primeiro que aparecer só pela obrigação de preencher o lugar com alguém nativo de cá.
A bem de Santa Maria, esperamos que o perfil dos futuros delegados, seja em primeiro lugar o de competência e experiência (muita) nas áreas em que irão trabalhar.
Finalmente, seria bom, muito bom aliás, que de uma forma clara e inequívoca se redefinisse realmente o papel da Delegação do Ambiente em Santa Maria que até à data pouca intervenção tem tido, já que se trata de uma área onde muito há por fazer. Haja vontade, e acima de tudo, coragem para abanar com alguns interesses particulares instalados.
Neste caso, os Marienses agradecem, e o ambiente também.





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