segunda-feira, abril 18, 2005

 

Atlântida Cine



Acerca do património construído em Santa Maria, muitas têm sido as vozes que ultimamente se tem manisfestado, quer nos orgãos de comunicação social locais, quer em conversas ditas de "café", mas sempre com o objectivo de o preservar ou em alguns casos de o melhorar. Quanto às opiniões manifestadas, concorde-se ou não, tem contudo, o mérito de provocar a discussão em torno deste assunto e desta forma mais facilmente se encontrarem soluções que tem tardado em chegar.
Um dos casos mais apontados, tem sido a questão do património do Aeroporto.
O Atlântida Cine, ou o "velho" Cinema do Aeroporto é um desses casos. Todos concordamos que nas últimas décadas tem sido "a" casa de espectáculos da Ilha. Sendo "propriedade" da ANA,SA, empresa dedicada em exclusivo à gestão de Aeroportos, é natural que o interesse em manter este tipo de património e estruturas, seja reduzido, ou prácticamente nulo, aliás, foi uma herança do passado que não tem cabimento nos actuais modelos de gestão empresarial, e que por isso, paulatinamente tem vindo a ser "abandonado", o que até certo ponto se compreende.
Por essa razão, à já alguns anos que algumas estruturas e edificios do Aeroporto, tem sido desanexados definitivamente do património da ANA ou entregues a entidades para a sua gestão e manutenção. É o caso do Cinema do Aeroporto que à anos vem sendo gerido pelo Clube ANA.
Maioritáriamente construído em madeira, já com largas dezenas de anos, torna-se, por isso, dificil de manter devido aos elevados custos de manutenção e em alguns casos a necessitar de uma rápida intervenção nalgumas zonas da sua estrutura.
Mesmo assim, é intenção (recente) do Clube ANA encetar conversações com esta empresa a fim de desanexar esta estrutura definitivamente a favor do Clube. É uma aspiração legitima, mas que em minha opinião, não trará beneficios para ninguém! A realidade é que tem sido a autarquia, e honra lhe seja feita, a suportar quase na totalidade as beneficiações, as obras, as manutenções, etc, da grande maioria das agremiações em Santa Maria, e o Clube ANA não é excepção. Aliás, este Clube é já detentor de um vasto património, que incluí a sua sede; uma piscina ( actualmente e já à décadas a única da Ilha), um polidesportivo e demais equipamentos desportivos, etc. que muito tem servido Santa Maria, mas que, verdade seja mais uma vêz dita, nos últimos anos tem sido melhorado com o imprescindivel apoio da Autarquia e entidades Regionais, pelo que a inclusão de mais esta estrutura iria dificultar ainda mais a gestão do património desta agremiação, que, diga-se, já viu melhores dias.
Exemplos? O aspecto degradado e de abandono das áreas circundantes da sede; o estado lastimável em que se encontra o "Fiat" ( avião caça oferecido pela FAP) urgentemente a necessitar de manutenção; as obras dos courts de ténis à anos por concluir, para não falar na estrutura construída a pensar na educação para a prevenção rodoviária dos mais pequenos que se encontra totalmente abandonada. Enfim, não é uma apreciação muito agradável, acredito até que fira algumas sensibilidades, mas a realidade está bem à vista de todos, e por isso espero que entendam esta crítica como construtiva para que o Clube ANA torne a ser o exemplo de embelezamento que foi num passado não muito longinquo...
Por tudo isso, julgo que fará todo o sentido que o Cinema do Aeroporto a ser desanexado, seja em favor da Autarquia, que seguramente terá um "peso" institucional muito maior para negociar a sua desanexação, e que em último caso é quem acaba por suportar todas as despesas, independentemente de quem seja o dono.
Seguindo a ideia de preservação deste património legado e que faz parte da história de Santa Maria na última metade do sec. XX, seria de todo o interesse que o edificio em questão fosse alvo de uma profunda transformação e reconstrução, com um projecto adequado para um edificio multiusos, cobrindo o maior número de valências possiveis - sala para cinema,teatro, auditório; salas de exposições, formação workshops; etc, etc. - cumprindo com todas as exigências que tal requer, mantendo-se a sua estrutura e localização.
Este será, em minha opinião, o melhor destino e utilização a dar a esta "casa", que no fundo é de todos nós, que é de Santa Maria, e que no fim de contas sempre foi e é a única estrutura do género na ilha, que deve ser das poucas, ou talvez a única que não dispõe de um "Centro Cultural" acessivel e com condições.
Aqui, ele já existe, apenas há que o adaptar, e dar uma nova vida, prolongando-lhe a existencia, pelo menos, nos próximos 50 anos.
Aqui fica o repto, e o apelo ao bom senso dos responsáveis autárquicos para que não se arraste esta questão ad eternum, sob o risco de mais uma vêz se perder a oportunidade, como já aconteceu não à muitos anos, também com um importante elemento do património histórico de Santa Maria.
Aqui fica o meu contributo para reflexão; uma ideia, que entretanto já foi apresentada à autarquia, mas decerto muitas mais e mais válidas haverão, aproveitemos pois para as debater, aqui!





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